Francisco Onorio

Francisco Onório

Espelhadores

telhas de zinco e acetato.

21,8cm x 21,8cm

2020

Francisco Onório
Antessala
Cubo de plástico, acrílica e tinta relevo
5,5cm x 5,5cm x 5,5cm.
2020

Francisco Onório

Acachapante (detalhe)

Gravura sobre papel

29,7cm x 42cm

2015

 

Francisco Onório
Mediador
Acetato, tinta adesiva, madeira, clipe de papel e mão francesa.
45cm x 11,5cm x 12cm.
2021

Francisco Onório
Blues Turn Gold
Madeira, papel celofane, marcador permanente e acrílica.
60cm x 39,5cm x 71,5cm.
2021

Espelhadores

Assumi a indeterminação da sensibilidade pesquisando a natureza do objeto de arte. Pus na mesa as incertezas (perceba, aqui eu já tento sublinhar o teor do qual o trabalho provém: incerteza) que são ditas na materialidade da palavra. Coloquei para jogo e em jogo.

 

Muito se esperou (e ainda se espera) das relações epistemológicas diante dos trabalhos de arte. Há uma afetação com a constante necessidade de homologar as suas identidades. Tenta-se deglutir e dominar as obras, agenciá-las dentro de seu próprio universo de significados, mas essa atividade predatória tem a capacidade de silenciar a sua dicção.

 

Penso que pode haver a devolutiva do silêncio. Penso que o enunciado pode vir abarrotado de positivismos e alegações. A voz do trabalho de arte pode falar o silêncio. Eu diria que gasta-se muito mais tempo falando-se sobre os artistas do que sobre os seus trabalhos. A arte tautológica é uma arte melhorada? As proposições linguísticas podem carregar consigo o teor comunicativo mas é um alívio, para mim, pensar que elas podem ser ensaiadas; pode-se atentar às brechas na sua lisura linguística.

 

Rebati a palavra no objeto, o objeto em si mesmo enquanto pensava a formação da imagem, pensei no ruído que existe entre uma forma como ela é e o que é dito sobre si. Esse processo demandou certa introspecção, causada, impreterivelmente, pela reflexão nas superfícies polidas. Driblando o esgotamento temporal, as artes visuais já tentaram se adequar aos meios externos, às humanidades. Tão híbrida e possível em inúmeras maneiras de se gerar quanto é hoje em dia, muitas qualidades instituem a arte contemporânea. Pensando que o conhecimento da imagem é fadado à falha no plano cartesiano, criei uma constelação de objetos com os quais ensaio sobre esses problemas: a escrita abstrata e figurativa, a luz que entra e sai, o invólucro da estrutura que arma e desarma.

Francisco Onório

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Vídeo

0:59 minutos

2020

Orientação TFG: Marcelo Lins